De acordo com Geraldi e Citelli (2011), as práticas de análise de textos em sala de aula têm transformado o trabalho com o texto numa espécie de operação de limpeza, ‘higienização’, em que o objetivo principal consiste em eliminar as impurezas da superfície textual. Assim, torna-se relevante desenvolver na escola campo pesquisada práticas de ensino centradas no trabalho com gêneros discursivos. Para tanto, promovemos o desenvolvimento de atos de linguagem, cuja visão remete à escrita como atividade social e interacional. A partir do desenvolvimento de uma proposta de ensino de produção textual,  procuramos identificar os recursos linguísticos e discursivos que sustentam a prática de escrita discente, embasando principalmente nos estudos de Bakhtin (2011) sobre a natureza ideológica dos signos linguísticos, os gêneros do discurso, as noções de texto e nas categorias de análise de Antunes (2010). O estudo recorre também às postulações de Antunes (2003) e Geraldi (2006), sobre o trabalho com o texto em sala de aula e reflexões sobre concepção linguagem na prática docente; Koch (2012), no que refere a construção da argumentação. Quanto às orientações das práticas de ensino de gênero e texto, focamos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) e nas contribuições de Bakhtin/Volochinov (2006) em relação ao caráter ideológico e social da linguagem. No que se refere à metodologia, optamos pela pesquisa-ação de caráter qualitativo, tendo como lócus uma escola que atende a alunos de nível médio em período integral. Verificamos, que a ampliação do nível de informatividade corrobora para a ampliação da competência discursiva dos educandos. Além disso, a pesquisa evidenciou que os aspectos de adequação vocabular são fatores linguísticos ligados ao nível de progressão do tema e as marcas de referenciação, mostrando que, as práticas interativas são fator preponderante para ampliar a competência linguística e discursiva dos estudantes, tendo como foco a mediação docente.