VARIANTE RETROFLEXA EM CODA SILÁBICA NO INTERIOR DAS REGIÕES SUL E CENTRO-OESTE DO BRASIL | Autores: Dircel Aparecida Kailer (UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA) |
Resumo: Ancorados nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972) e da Geolinguística (CARDOSO, 2010), objetivamos, no presente estudo, investigar o uso da variante retroflexa nas localidades interioranas de seis estados das Regiões Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás). Aguilera e Kailer (2012) e Almeida e Kailer (2013) destacam a vitalidade da variante retroflexa em algumas localidades mineiras e paranaenses, por outro lado, alguns autores (CALLOU, MORAES e LEITE, 1998; MONARETTO, 2008; BRANDÃO e CALLOU, 2015, ALMEIDA e KAILER, 2015) verificam uma possível tendência à posteriorização em algumas regiões brasileira. Neste sentido, o presente estudo busca mapear, nas 68 localidades das duas regiões, onde prevalece a variante retroflexa e analisar quais contextos linguísticos e extralinguísticos influenciam no uso da referida variante. Para isso, com base nos dados coletados pela equipe do ALiB de forma estratificada quanto à localidade, à faixa etária, ao sexo e à escolaridade, recortamos as lexias de nosso interesse do QFF (Questionário Fonético-Fonológico); dos relatos e da leitura. Em seguida, as ocorrências recortadas foram codificadas, de acordo com as variáveis dependentes e independentes previamente estabelecidas, e submetidas à análise quantitativa por meio do Programa Goldvarb X. De acordo com os principais resultados, foi possível observar que o uso da variante retroflexa em coda silábica, nas referidas regiões, é governado, principalmente, pelo contexto extralinguístico localidade, seguido pelo estilo de produção de fala, pelo sexo e pela faixa etária.
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