A linguagem é o ponto fulcral do desenvolvimento humano, e o seu uso se dá na interação entre os sujeitos em ações situadas via textos. Assim, entender o texto como função comunicativa, vinculada a algum propósito, é entendê-lo a partir da textualidade que o faz, de fato, um texto. Antunes (2010) afirma que a textualidade é a manifestação das atividades sociocomunicativas empreendidas pelos interlocutores em seus enunciados. Recentemente, a autora (2017) discute os princípios que constituem a textualidade. Dentre eles, toma-se como objeto de estudo a intertextualidade, que é um princípio de compreensão para a leitura, quando recuperado pelo interlocutor. Na dimensão textual, a intertextualidade configura-se como uma estratégia argumentativa que está além do estrato linguístico, de forma explícita ou implícita, como as citações. Essa estratégia também se encontra no estrato imagético, visual, favorecendo argumentativamente a compreensão do texto. À luz desta perspectiva, este estudo objetiva analisar a intertextualidade como estratégia argumentativa na construção de sentido do gênero anúncio. Para isso, o aparato teórico que sustenta a discussão deste estudo ancora-se em Antunes (2010, 2017), Koch e Elias (2011, 2017), em termos de Linguística Textual; com foco na argumentação, Plantin (2008), e com base nos estudos dos gêneros em Bakhtin (2011), Bronckart (1999) e Schneuwly e Dolz (2004), além de Sant’Anna (2002) que discute o gênero anúncio. Como ferramenta metodológica foi utilizada a análise de anúncios na qual foram observadas as contribuições das estratégias intertextuais na construção de sentido dos textos. Essas análises desencadearam reflexões sobre o agir e o fazer do professor no processo de ensino-aprendizagem. Elas ainda revelam algumas necessidades e possibilidades de trabalho em sala de aula, levando os alunos a construírem o senso crítico em relação às estratégias que constituem o anúncio publicitário, ampliando a capacidade de leitura e compreensão desse gênero textual.