O PIONEIRISMO DE NÍSIA FLORESTA PARA O FEMINISMO BRASILEIRO EM DIREITOS DAS MULHERES E INJUSTIÇA DOS HOMENS: IMAGENS, EMOÇÕES, VALORES E DOXA | Autores: Bárbara Amaral da Silva (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) |
Resumo: A proposta deste trabalho é realizar uma análise argumentativa da obra Direitos das mulheres e injustiça dos homens (1832), traduzida por Nísia Floresta e inserida no contexto brasileiro pela autora. Na obra, encontra-se a denúncia da desigualdade de gêneros e a necessidade da educação feminina para o desenvolvimento do país, assim como a possibilidade da mulher de ocupar cargos públicos e de poder. Nesse sentido, neste pequeno trabalho, pretendemos responder à pergunta principal: como as mulheres foram defendidas em uma obra pioneira do feminismo do Brasil? e a perguntas específicas, como: quais imagens ligadas às mulheres Nísia tenta derrubar?; quais novas imagens são erigidas?; como esse movimento é feito em termos de doxas e valores? Mesmo sabendo da questão problemática que envolve a autoria da obra, o que pretendemos esclarecer, defendemos que se trata do pensamento da autora brasileira ali, principalmente se levarmos em conta que, naquela época, o conceito de tradução e de plágio não eram entendidos como são hoje, questão que também será problematizada. A importância da pesquisa se dá pela demonstração inovadora da construção argumentativa da obra, uma vez que, geralmente, nas poucas vezes em que Nísia foi mencionada, a perspectiva da literatura predominou, a exemplo dos trabalhos de Constância Lima Duarte sobre a autora. Além disso, a luta pela igualdade de gêneros é tão atual quanto era há 200 anos. Para tanto, nossa análise será baseada em autores contemporâneos na análise do discurso, a exemplo de Ruth Amossy e Patrick Charaudeau, e pesquisadores sobre gênero social, como Pierre Bourdieu, além de contribuições da literatura a exemplo da autora já mencionada.
Agência de fomento: capes |
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