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| A NARRATIVIZAÇÃO DE UMA EXPERIÊNCIA FEMININA COMO INSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE MESTIÇA. | Autores: Thami Amarilis Straiotto Moreira (CGESP - Centro Goiano de Ensino Pesquisa e Pós-Graduação) |
Resumo: Este trabalho pretende discutir a constituição complexa de uma identidade que se forma na fronteira sudoeste dos Estados Unidos com o México, baseado na narrativa de Anzaldúa em sua obra Borderlands/La Frontera: the new mestiza. Anzaldúa é uma chicana nascida no Estado do Texas em uma cidade fronteiriça ao México. Nessa região limítrofe coexistem forças culturais que se chocam, culminando em conflitos de ordem tanto social quanto psicológica nos habitantes. O encontro desarmonioso das culturas branca, mexicana e indígena intensifica problemas com a língua, com a raça e com o gênero, que podem ser vistos a partir da narrativa de Anzaldúa. Para analisar essa narrativa utilizamos o método denominado percurso gerativo de sentido pela semiótica francesa, (BARROS, 1990a, 1990b, 2001; FIORIN, 2001; FONTANILLE, 2007; et al). A escolha teórica de análise se justifica por entender que essa é uma teoria que satisfaz a análise narrativa contendo instrumentos adequados para revelar a sua estrutura; e também por acreditar que a teoria semiótica francesa tem maior abrangência podendo melhor contemplar o sentido e as discussões propostas pela obra. Durante o percurso gerativo de sentido outros teóricos relacionados aos temas suscitados pela obra sobre língua, gênero e raça são trazidos ao trabalho para dialogarem com Anzaldúa, promovendo a discussão dos conflitos sobre a constituição das identidades de fronteira. Com a discussão promovida entre os teóricos (ORLANDI, 1988; MÉNDEZ; O’’DONNELL; PINHEIRO, 2000; HALL, 2003; SPIVAK, 2010) chega-se a um importante fator que está por trás desse cenário, gerenciando tais conflitos identitários: o fator político. Encontramos a política mapeando e, em determinada medida, mantendo as difíceis relações linguísticas dessa região, assim como as relações de raça e de gênero. E, ao final, entendemos que por trás dos impasses políticos, sociais e psicológicos causado pelas identidades de fronteira encontra-se o desejo e o problema do reconhecimento.
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