As construções de topicalização no português brasileiro e a posição do clítico: uma análise na diacrônica | Autores: Elaine Alves Santos Melo (UFF - Universidade Federal Fluminense) |
Resumo: Neste trabalho, analiso a relação entre as construções de topicalização no Português Brasileiro e o sistema de clíticos de terceira pessoa. Galves (2003) afirma que, no português clássico, gramática que origina o português brasileiro (Galves, Namiutti e Paixão de Sousa, 2005) - a posição do clítico codifica uma diferença no tipo de estrutura de tópico. Para a autora, construções em que há tópico + ênclise expressam tópico contrastivo, enquanto, em sentenças em que há tópico + próclise, há tópico não-contrastivo. Nesse sentido, questiono como se comporta o português brasileiro, na codificação dos dois tipos de tópico, haja vista que (i) no PB, a ênclise é extremamente restrita, prevalece a próclise e, a partir do século XX, diminui a frequência de uso dos clíticos de terceira pessoa; (ii) segundo Raposo e Uriagereka (1995), o clítico é um item que tem a função de determinar as características discursivas. A ausência deles na gramática do PB faz com que não seja mais possível distinguir, sintaticamente, a diferença entre os tipos de tópico. Assim, o PB, por hipótese, passa a codificar esta diferença por meio das distintas posições sintáticas do item topicalizado: [Spec-CP] – deslocamento à esquerda e topicalização – ou [Spec-TP] – tópico-sujeito. Desta forma, a emergência do tópico-sujeito, conforme Melo (2015), é o resultado da mudança no sistema de clíticos no PB. Para desenvolver este trabalho, utilizo o corpus PHPB, tomo os pressupostos da Teoria Gerativa, em sua versão minimalista (Chomsky, 1995, 2001) e assumo a Teoria de Competição de Gramáticas (Kroch, 1989) para fundamentar a análise da mudança linguística. Os dados serão coletados, codificados e submetidos ao Goldvarb-X, para que seja apresentada uma análise quantitativa e qualitativa.
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