Topicalizações em manchetes do primeiro turno | Autores: Letícia Sallorenzo de Freitas (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo: Topicalização é um processo linguístico que abarca todas as estratégias (que variam de língua para língua) cuja função é assinalar explicitamente um constituinte que desempenha o papel discursivo de tópico (CREISSELS, 2006). Tais estratégias são uma decisão do enunciador. As manchetes com topicalizações representam um importante percentual do total de títulos de notícias sobre o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 dos jornais Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e O Globo, entre os dias 1º de setembro e 7 de outubro – data do pleito do primeiro turno. O material, ainda em fase de análise, indica que os jornais optam por topicalizar manchetes como forma de contextualizar a informação. Tal função, no entanto, não condiz com as funções do gênero manchete de jornal – que deve convidar o leitor a ler a notícia que ela anuncia. O (ab)uso da topicalização nas manchetes é tão grande que o Estadão conseguiu a proeza de topicalizar a manchete e deixar o contexto no pós-vírgula: “Oficializado como candidato, Haddad vira alvo de Ciro” (Estado de S.Paulo, 12/9, interna). Sallorenzo (2018) indicou nas manchetes com particípio topicalizado uma clara adjetivação de semântica negativa que conduzia o raciocínio do leitor. No corpus de 2018, percebemos uma condução do raciocínio do leitor, mas as análises incipientes ainda não permitem afirmar que se trata de adjetivação.
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