Leitura Insubmissa: resistir para existir | Autores: Juliana Pereira Lannes (CPII - Colégio Pedro II) |
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo trabalhar com a literatura de (re)existência em sala de aula com o terceiro ano do Ensino Médio a partir da obra Insubmissas, de Conceição Evaristo e observar como esses textos dialogam com as vivências dos alunos e que responsividades serão produzidas em sala a partir da leitura deles (cf. BAKHTIN 2015 e VOLOCHINOV, 2016). A literatura de (re)existência é aquela na qual indivíduos apartados da sociedade – negros, mulheres, mulatos, homossexuais, “favelados”, suburbanos entre outros – se manifestam e marcam a sua posição perante o mundo que os cerca (cf. SOUZA, 2011). Os textos produzidos por essas pessoas são uma forma de resistir para existir, já que é apenas pela demarcação de um território que muitos desses indivíduos se inserem e passam - realmente – a serem vistos, ou seja, existirem para o restante da sociedade. Para Magda Soares (2008), a literatura tem o papel de condição para uma plena democracia cultural e de instrumento de democratização do ser humano. Afinal, ela apresenta a sociedade sua diversidade e sua complexidade, assim nos tornando mais compreensivos e mais tolerante. Embasados em Soares e Souza, acreditamos que o trabalho em sala de aula com os contos de (re)existência de Conceição Evaristo permitirá – em certa medida – o processo de exotopia (BAKHTIN, 2015), na qual o aluno se veja através do olhar do outro e ganhe uma nova compreensão sobre si e aquilo que o cerca. Esperamos, através dessa abordagem, perceber como questões como preconceito étnico e linguístico, feminismo, pobreza e marginalização – entre diversas outras – são percebidas e entendidas pelos jovens contemporâneos. Em um mundo cada vez mais opressivo e intolerante, dar espaço à resistência para a existência tornou-se fundamental.
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