Português escrito para surdos: a formação de professores e a BNCC | Autores: Sônia Margarida Ribeiro Guedes (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo:
- Ratifico a ideia de que a educação bilíngue representa o canal que possibilitará o protagonismo surdo, capaz de possibilitar à pessoa surda o exercício da plena cidadania, e de que a língua portuguesa (LP), em sua forma escrita, seja, portanto, elemento diferenciador e de fundamental importância para o fortalecimento da autonomia e o empoderamento do surdo nos diversos contextos sociais. Para tanto, é preciso adotar “uma concepção de língua que valorize o texto e não as palavras isoladas, a compreensão nos textos e não apenas a decodificação sem sentido” (PEREIRA, 2014); convém, portanto, assumir a perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem para de fato promover o letramento crítico de alunos surdos. Sob esse viés, os gêneros textuais são o ponto de partida, já que língua é vista como atividade de interlocução/ constituição de sujeitos e “os textos são resultados da atividade verbal de indivíduos socialmente atuantes [...] no intuito de alcançar um fim social” (KOCH, 2002, p.26), tal qual proposto pela BNCC, 2018. A presente pesquisa almeja investigar qual(is) enfoque(s) metodológico(s) é/são adotados para o ensino de LP escrita no contexto da escola bilíngue de Taguatinga- DF, e se tais abordagens convergem ou não com a proposta da BNCC, 2018. Metodologicamente, este estudo se insere nos parâmetros da pesquisa qualitativa de cunho etnográfico em educação (BORTONI-RICARDO, 2008). Para categorização e análise de dados, lançarei mão da abordagem de gênero de Dolz & Scheneuwly (2004) e dos recursos fornecidos pela teoria enunciativo-discursiva (BAKHTIN, 1992; KOCH, 2004, 2003). Para dar conta das situações comunicativas, das quais participam os interlocutores, empregarei os componentes semântico-funcionais denominados de metafunções, conforme Halliday e Matthiessen (2014). Minha contribuição será no sentido de deflagrar iniciativas no âmbito escolar pautadas na formação contínua de professores de LP escrita, para uma atuação docente profícua junto ao aluno surdo, no sentido de exercitar sua capacidade para atuar e interagir criticamente na sociedade.
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