A literatura infanto-juvenil indígena e a (re)construção da identidade do indígena no Brasil | Autores: Alba Khrishna Topan Feldman (UEM - Universidade Estadual de Maringá) |
Resumo: A leitura da literatura proporciona o saber e o deleite conjuntamente no momento em que combina conhecimento e fantasia de modo sistêmico. A literatura dá voz aos sujeitos que são, sistematicamente ou não, excluídos das esferas mais privilegiadas da sociedade fazendo o leitor perceber aquilo que é, muitas vezes, esquecido, silenciado e invisibilizado pelo aparato sociopolítico que privilegia o status quo das classes dominantes. A leitura de textos literários escritos e/ou protagonizados por sujeitos pertencentes às minorias também propicia a compreensão da situação do outro, bem como abre os olhos do leitor para a necessidade da inclusão de temáticas que abordem a diferença, a discriminação racial, de gênero e de classe que permeiam a nossa sociedade. Considerando tais aspectos, esse trabalho tem por objetivo mostrar como a leitura da literatura infanto-juvenil indígena pode ser relevante para compreender a cultura do indígena do Brasil ao mesmo tempo em que deleita o leitor possibilitando o letramento cultural. A inserção na escola de textos literários escritos pelo indígena possibilita que o leitor, desde muito jovem, tenha uma visão desmistificada acerca da cultura do indígena, problematiza o modo como os indígenas foram descritos pela história e pela literatura canônica uma vez que o agente da escrita é o próprio indígena e reconstrói sua identidade enquanto sujeito e não objeto. Para tal análise, utilizaremos como corpus a obra da escritora indígena Eliane Potiguara e dos escritores indígenas Olivio Jekupé e Daniel Munduruku.
|
|