A presente comunicação pretende analisar o discurso científico científico dos vídeoverbetes da “Enciclopédia audiovisual virtual de termos, conceitos e pesquisas em Análise do Discurso e áreas afins” do “Laboratório Arquivos do Sujeito” da Universidade Federal Fluminense. Os vídeoverbetes fazem parte de um projeto audiovisual mediado pela web, ideado pela Prof.ª Bethania Mariani, em 2013, que pretende atingir um público de estudiosos e estudantes e “popularizar” verbetes da Análise do Discurso numa audiência mais ampla.
O objetivo deste artigo é promover e analisar a variedade diamésica empregada pelos locutores dos vídeoverbetes em que se registram traços da variedade neo-standard do PB (De Rosa, 2012) dentro de um evento comunicativo planejado. Para analisar a variedade diamésica em objeto, utilizaremos o modelo de classificação dos tipos textuais de Francesco Sabatini (1990, 1999 e 2017), que classifica os tipos textuais conforme o grau do vínculo interpretativo que o emissor oferece ao destinatário ou seja os graus de “rigidez” introduzidos no pacto comunicativo entre emissor e destinatário.
De fato, a variedade sociolinguística dos vídeoverbetes, sendo uma variedade diamésica, oscila entre o polo da escrita e o polo da fala num evento comunicativo planejado. Portanto, partindo do pressuposto que, pela tipologia textual e pelas funções textuais, essa variedade deveria se aproximar do PB standard, procuraremos verificar se estão satisfeitas as seguintes caraterísticas: 1) Alto Nível de Monitoramento na articulação do discurso (não deveriam se registrar traços caraterísticos da fala espontânea, como: repetições, falsas partidas, reformulações, marcadores discursivos, etc.); 2) Registro formal ou semi-formal; 3) Léxico de Linguagem Setorial; 4) Enunciados textuais organizados e construídos como frases-tipo e com todas as valências verbais satisfeitas.