Já há algum tempo as práticas sociais discursivas no ciberespaço vêm se tornando alvo de estudiosos da língua/linguagem por motivos diversos, as produções de efeitos de sentidos se ampliam e se integram configurações multimodais na interação com o outro. Levando em consideração o momento sócio-histórico e político atual, as eleições presidenciáveis do ano de 2018, nosso objetivo é realizar uma análise do discurso meritocrático do meme Barbie fascionista a partir dos processos de recategorizações e de intertextualidades desses textos veiculados em plataforma digital. Entendemos que os memes são textos que encapsulam discursos específicos e são utilizados não só como ferramentas para criação de efeitos de humor, mas principalmente como instrumentos de posicionamento ideológico, direcionamento crítico e, no contexto político atual, mecanismos de manifestação política por meio de textos irônicos e de resistência. Selecionamos todos os 22 memes publicados, até o dia 15 de outubro de 2018, no Instagram @barbiefascionista, cujos textos simulam e representam desabafos de personagens apoiadores do candidato do (PSL) à presidência. Para análise e embasamento teórico contemplamos a Linguística de Texto, estudos sobre memes, ambientes digitais (CAVALCANTE, 2012; HANKS, 2008; CAVALCANTE, CUSTÓDIO FILHO E BRITO, 2014; SHIFMAN, 2014; BRAGA, 2013, CHARAUDEAU, 2008, 2016), dentre outras leituras igualmente importantes. Nosso trabalho se alinha a estudos recentes que urgem por compreender o funcionamento da produção discursiva no ciberespaço, principalmente no que se relaciona a ação política desenvolvida em tal espacialidade. O surgimento massivo de grupos de ativismo digital aponta para a necessidade de se estudar o ciberespaço enquanto um contexto no qual se produzem e se perpetuam posicionamentos identitários, políticos e ideológicos. Os memes da Barbie fascionista partem da reconfiguração de discursos políticos em circulação como modo de crítica e (re)construção de posicionamentos políticos nas redes digitais.