O ensino de Português como Língua de Acolhimento: o que nossas aulas têm a dizer? | Autores: Cristina Becker Lopes Perna (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Graziela Hoerbe Andrighetti (UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) |
Resumo: O ensino de português como língua adicional em contexto de refúgio humanitário no Brasil tem sido uma realidade crescente nos últimos anos e envolve um fazer docente sensível às necessidades básicas de sobrevivência de indivíduos que se estabelecem em um novo local, que buscam no conhecimento da língua e da cultura do país para o qual migraram uma oportunidade para estabelecer novos vínculos. Em 2017, tivemos a oportunidade de ensinar português a um grupo de 30 haitianos em Porto Alegre (ANDRIGHETTI; PERNA, 2017). Essa experiência nos levou a uma busca por materiais didáticos voltados ao ensino de PLA que pudessem auxiliar nesse contexto peculiar de ensino. As discussões apresentadas neste trabalho buscam propor reflexões sobre o quanto as atividades propostas em muitos materiais didáticos voltados ao ensino de PLAc disponíveis no mercado de fato oportunizam um ensino da língua voltado a práticas sociais específicas e de relevância para o contexto no qual esses imigrantes e refugiados se encontram. É preciso, primeiramente, entender para quem ensinamos. As escolhas que fazemos, enquanto professores, relacionadas ao que ensinar e a como ou com que materiais ensinar, devem ter nas práticas sociais do cotidiano dos alunos e/ou nas práticas sociais das quais eles queiram/busquem participar, um ponto de partida para se pensar que saberes podem ser relevantes em uma aula de português como língua de acolhimento. É a partir das reflexões que fazemos sobre tais práticas que, de fato, podemos relacionar o ensino de língua e de cultura a possibilidades de acesso ampliado desses indivíduos em situação de migração ou refúgio.
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