“Jornalismo sem partido”? Uma análise discursivo-pragmática de capas de revistas
| Autores: Maria Cristina Giorgi (CEFET/RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca) ; Fabio Sampaio de Almeida (CEFET/RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca) |
Resumo: Na contemporaneidade, cada vez mais textos são produzidos e circulam em ambiente on-line e as disputas em torno de leituras e sentidos divergentes tornam-se mais intensas, com destaque para a dimensão política das práticas discursivas. Em contrapartida, o ensino de língua nas escolas, tradicionalmente conteudista e voltado para nomenclaturas, contribui para a manutenção das diferenças de letramento, mantendo uma parte da população alijada de uma formação crítica. Nesse contexto, o objetivo desta apresentação é problematizar o ensino de língua materna e contribuir para a construção de caminhos que mostrem ao aluno que esses sentidos não podem ser construídos com base apenas em aspectos linguísticos. O córpus de análise constitui-se de capas de revistas semanais de atualidades, com grande tiragem, que tematizam questões políticas e sociais, a partir de uma suposta neutralidade/imparcialidade, em suas versões publicadas na rede social Facebook. O referencial teórico adotado parte de uma perspectiva discursiva enunciativa e pragmática da linguagem (ROCHA, 2014; ARANTES & DEUSDARÁ, 2015; DUCROT, 1987) privilegiando nas análises a relevância de marcas linguísticas de heterogeneidade em textos midiáticos que circulam na internet em um percurso que ajudem a compreender o espaço do digital na construção de novas práticas escolares empenhadas na educação linguística dos estudantes, em especial, como postura para uma educação descolonizadora (MESQUITA, MORAES & ALMEIDA, 2018; GIORGI et al., 2018). Nossos resultados, parciais, apontam para textos que constroem posicionamentos hegemônicos sobre a realidade de que tratam, reforçando a manutenção de lugares sociais pré-estabelecidos orientados todavia por uma perspectiva colonial. Com relação à circulação de sentidos, identifica-se um processo de interincompreensão no qual diferentes comunidades discursivas produzem compreensões antagônicas.
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