Durante mais de vinte anos de prática profissional, temos visto os alunos com os mesmos anseios diante de uma prova de interpretação de textos. A despeito do que alguns pensam, o advento da popularização da Internet passou a exigir ainda mais a escrita. Hoje, mesmo os menos letrados se interessam por escrever para participar do espetáculo da comunicação em tempo real, por exemplo. Assim sendo, a escrita torna a se impor. No entanto, permanece o problema da dificuldade de leitura e interpretação de textos produzidos no registro formal, especialmente. Então, qual é o papel da escola diante de tudo isso?
Acreditamos que a dificuldade na leitura e compreensão de textos decorra de diversos fatores. A formação de professores tem deixado lacunas quanto ao trabalho com a leitura. Quanto das aulas de Prática Pedagógica levamos para a sala de aula? Ainda é uma reclamação docente constante o fato de “não saber dar aula de leitura”, tema frequente de conversas em salas de professores variadas.
Diante disso, com uma revisão bibliográfica de Santaella (2002 e 2012) e com a Teoria da Iconicidade Verbal (TIV) de Simões (2009), pretendemos comprovar que os estudos semióticos amparam leituras, dando-lhes subsídios coerentes para o trabalho em sala. Para demonstrar a discussão, serão escolhidos gêneros como memes e charges do período eleitoral na campanha para a presidência 2018, a fim de apontarmos como as metáforas visuais podem dialogar com a intericonicidade simbólica comum a esses textos.
Com o amparo da Teoria da Iconicidade Verbal (SIMÕES, 2009), analisar-se-á a iconocidade diagramática e a lexical, demonstrando como as isotopias textuais podem ser ancoradas nos textos do corpus.
Assim, acredita-se que a formação docente deverá ter a Semiótica como uma das ferramentas, visto que pode ser amplamente usada em sala de aula.