Atualmente, os estudantes estão apresentando desempenho insatisfatório nas avaliações externas (AE) em Língua Portuguesa (LP), colocando em pauta a importância do trabalho com a perspectiva dos gêneros textuais nas interações sociais e nos convidando a refletir sobre a pertinência e a urgência dos docentes repensarem a sua responsabilidade no desenvolvimento de competências de leitura e de escrita dos estudantes. É necessário que o ensino de LP esteja fundamentado na prática da Análise Linguística (AL), que corresponde a uma reflexão crítica das questões tradicionais da gramática normativa e da produção textual no que concerne à coesão e à coerência interna do texto e a adequação do texto aos objetivos pretendidos, englobando os estudos gramaticais, mas a partir de um novo paradigma, na medida em que os objetivos alcançados correspondem a outros aspectos não condizentes ao proposto pela gramática normativa.

Diante disso, este estudo propõe pesquisar a relação entre as avaliações internas e externas. Buscamos responder questões como: essas avaliações estão em diálogo? Como os instrumentos utilizados nas AE são entendidos, interpretados e utilizados nas aulas de LP? Como o trabalho do professor com a AL pode levar os alunos a apresentar melhores resultados nas AE? Qual o lugar da gramática nas aulas de LP?

Realizamos uma pesquisa de natureza interpretativista, tendo como corpus itens utilizados nas avaliações externas, atividades realizadas por professores em sala de aula, atividades de livros didáticos e entrevistas com professores dos anos finais do Ensino Fundamental.

Como resultado parcial de nossa pesquisa, percebemos que as avaliações externas e internas necessitam entrar em diálogo. O trabalho do professor de LP precisa estar focado na perspectiva da análise linguística, levando os alunos a desenvolver as habilidades e as competências necessárias para um melhor desempenho acadêmico.