Nossa pesquisa se propõe a apresentar um breve estudo acerca do vocabulário presente na obra de Chedid[1], denominada Manual de boas maneiras e etiqueta. Em nosso estudo, realizamos o levantamento e a estruturação em campos lexicais de cerca de 80 lexias encontradas na obra. A presente pesquisa nasceu do desejo de se conhecer mais acerca do vocabulário, modo de viver e da organização da sociedade brasileira de modo geral, tendo em vista que, por meio do estudo de um vocabulário, é possível conhecer diversas características sociais de um determinado período e sociedade. O início do século XX, no Brasil, foi marcado por currículos escolares repletos de disciplinas que faziam parte da ideia de se formar uma sociedade refinada. Os manuais especializados de regras de conduta e boas maneiras, com circulação cada vez mais ampliada no Brasil, mostravam-nos o desejo pela construção da imagem de um país civilizado, em que as normas e procederes seriam capazes de formar seres humanos progressistas e urbanos[2]. Hodiernamente, percebemos que o desejo pelo conhecimento dessas normas é bastante presente em nossa sociedade. Assim, numerosas obras são publicadas e disponibilizadas ao público em geral, inclusive em meios de livre acesso, como é o caso do Manual de boas maneiras e etiqueta, material por nós selecionado para pesquisa, disponibilizada pelo Portal Brasil e acessível gratuitamente. Para nosso estudo tomamos como base Ulmann (1970), em conceitos relacionados à semântica, e Coseriu (1987), com sua teoria dos campos lexicais. Resultados parciais revelam-nos que é possível realizar um estudo estrutural da língua numa perspectiva diacrônica, por meio de macrocampos lexemáticos organizados utilizando-se do corpus disponível na obra em estudo.
[1] [s.d], disponível em: http://www.portalbrasil.net/etiqueta/manual.htm
[2] Vide estudo de Da Rocha, [s.d], disponível em: www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe6/
anais_vi_cbhe/conteudo/file/1289.doc