O trabalho tem como propósito refletir sobre aspectos da textualidade relacionados à configuração do gênero textual reportagem em um trabalho didático desenvolvido sobre as profissões existentes na comunidade em que se insere uma escola municipal de Maceió-AL. A pesquisa, de cunho etnográfico, concentra-se na área Linguagens e Letramentos da linha de pesquisa Leitura e Produção Textual e Práticas Docentes do Mestrado Profissional em Letras/Profletras da Universidade Federal de Alagoas/Ufal. Os dados obtidos em sala de aula, num total de 16 textos, constam de duas versões, a original e a reescrita submetida à intervenção textual interativa (CALIL, 2000; RUIZ, 2015), em que a professora escreve bilhetes apontando aspectos para a melhoria dos textos. O trabalho didático, para a organização de um mural de reportagens sobre as profissões, partiu do desenvolvimento da proposta apresentada na Unidade I: Trabalho, do capítulo intitulado: O trabalho nosso de cada dia, do Livro Didático de Português-LDP adotado pela escola. Para as análises e reflexões sobre os aspectos da textualidade, recorreu-se aos estudos sobre coesão e coerência textuais (ANTUNES 2005; 2009; FÁVERO, 2002; KOCH, 2010, 2015, 2017), como também aos estudos sobre os gêneros do jornal (CAVALCANTE, 2017; DOLZ, 2010; MARCUSCHI, 2008), entre outros. O trabalho tenta responder os seguintes questionamentos: Como alunos do 9º ano articulam os mecanismos de coesão e coerência direcionados à configuração do gênero textual reportagem e quais as mudanças nessa configuração específica após a intervenção didática? Nossos primeiros resultados indicam que, na última versão, os marcadores utilizados concorrem mais significativamente para a fluidez e o sentido do texto. É possível afirmar que os bilhetes, Ruiz (2015), contribuíram com o processo de construção de um texto mais coeso e coerente, reforçando-se a ideia da importância do estudo mais detalhado dos recursos coesivos para um melhor desenvolvimento dos textos, visando sua progressão temática.