Neste trabalho, buscarei analisar como se constitui o discurso sobre a mulher em propagandas da marca de cerveja Skol, através de reflexões sobre alguns recortes linguísticos encontrados nessas materialidades, bem como refletir sobre a posição-sujeito que a Skol toma antes e depois de um retratamento público da marca em relação a algumas de suas propagandas lançadas. Nessa perspectiva, meu objetivo é entender como funcionam os sentidos possíveis nos recortes do discurso analisado e em qual Formação Discursiva (FD) a marca analisada está inserida. Por referencial teórico, tomo como base a Análise de Discurso de linha francesa, fundada e estruturada na França por Michel Pêcheux e desenvolvida no Brasil por Eni Orlandi. A materialidade escolhida são propagandas de cerveja da marca Skol, uma vez que assumiu publicamente um “passado machista”, tentando retratar-se com o público ao revelar que esse passado não os representa mais. Nessa perspectiva, busco mostrar como a empresa Skol, ao lançar suas propagandas, não apenas deseja vender um produto, como também associar tal produto a um nome (neste caso, uma marca de cerveja), de modo que o possível consumidor não só se identifique com o produto em si (a bebida), mas também com o nome que ele carrega e, consequentemente, com o modo de pensar da empresa, ou seja, com a formação ideológica dominante à qual ela é filiada.