O presente trabalho inscreve-se na linha teórica dos Estudos Discursivos Foucaultianos e apresenta uma discussão arqueológica acerca do riso na página do site facebook Português da Depressão, um espaço virtual de entretenimento e grande circulação de discursos, que autoriza seus seguidores a rirem de usos linguísticos não legitimados. Objetiva-se defender o riso enquanto uma prática discursiva, que deriva de um (pretenso) saber gramatical normativo, ordenado sob um jogo de leis e regras que ditam a linguagem padrão. Acrescente-se a isso que o corpo, enquanto objeto discursivo (atravessado pelo saber-poder), é capaz de (re)produzir subjetividades através da prática do riso, que aqui não se confunde com uma manifestação orgânica, mas está para além de sua materialidade. Por conseguinte, busca-se problematizar uma prática regular na atualidade que insurge em uma ordem discursiva normativa, ou seja, emerge enquanto uma relação de poder e de controle, que se manifesta como um desejo de verdade, isto é, ri-se daquilo que destoa dos padrões, que foge às regras. Ademais,  aborda-se o riso em uma perspectiva histórico-discursiva, a partir de algumas obras do filósofo francês Foucault (2010, 2008, 2006, 2003, 1999,1996). Para realizar este trabalho, serão organizadas e categorizadas em séries, as imagens selecionadas do site, e por fim, analisadas. Espera-se contribuir para uma abordagem diferenciada do riso, no âmbito dos estudos discursivos foucaultianos, bem como para caracterizar esta prática discursiva em seu papel de manter uma determinada ordem de uso da linguagem ou de resistir aos usos infames da linguagem em nossa sociedade.