Este trabalho pretende identificar as marcas linguísticas que Guimarães Rosa realiza através da sua construção literária. A proposta é de verificar na sua construção de língua nacional, influências de outras línguas. A seleção escolhida preliminarmente se dará sobretudo no estudo do léxico, identificado como regional ou arcaico em Galvão (2002) e minhoto-galego, inscrito na porção noroeste da P. Ibérica segundo os estudos de Paz-Andrade (1983). Para corroborar as teses dos referidos autores, selecionaremos alguns exemplos em duas obras de Guimarães Rosa, a saber, Sagarana e Grande Sertão Veredas. Servirão de base comparativa, dicionários das referidas línguas, atlas linguístico e trabalhos dialetais. Destacamos que os resultados a serem explorados, além de jogar luz sobre as escolhas e criações lexicais do autor contribuirão para observar o seu processo de escrita através do arquivo pessoal do autor. Neste contexto, poderemos observar também que o plurilinguismo subjaz nas suas obras, seja (a) por escolhas de criação no campo da escrita, seja (b) por herança em um país de caráter multicultural. Neste item, ressaltaremos a importância do estudo do léxico sob a perspectivia histórica, pois possibilitam abordar concepções aplicadas a uma língua específica, a saber, fenômenos de mudança e/ou permanência. Dessa forma, a sua descrição proporciona entrever a memórica coletiva de uma comunidade, delineando a sua cultura imaterial.
Palavras-chave: léxico, plurilinguismo, cultura