Imprimir Resumo


Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O TRATAMENTO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS GÊNEROS DISCURSIVOS DOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Autores:
Flávia Freitas de Oliveira (UFU - Universidade Federal de Uberlândia)

Resumo:

O presente trabalho foi motivado a investigar o tratamento da variação linguística nos livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Médio aprovados via Edital PNLD 2015 (Edital 01/2013), pelo Ministério da Educação (MEC).  Verificamos como o material didático apresenta propostas de atividades de variação linguística, evidenciando os aspectos sociolinguísticos como os tipos de variação diacrônica, diatópica, diastrática, diamésica e diafásica presentes no “estilo” de linguagem dos textos principais. A problemática que surge com relação aos estudos da variação a partir do “estilo” da linguagem dos gêneros é que a maioria dos livros didáticos tratam a variação linguística apenas quanto ao uso “formal” e “informal” da língua, fazendo com que o aluno desenvolva não uma competência linguística social, mas uma limitada ideia de que a variação linguística se volta apenas à adequação da língua a determinadas situações da interação verbal. Os alicerces teóricos desta pesquisa perpassam os pressupostos da Sociolinguística, principalmente, a teoria Variacionista Laboviana (LABOV, 2008), além da discussão sobre “norma linguística” e pontualmente, as definições dadas por Bakhtin (2003), sobre gêneros discursivos. A amostra linguística é formada a partir das atividades sobre os fenômenos de variação nos textos principais, identificados como gêneros discursivos dos agrupamentos da ordem de narrar e de relatar, conforme Dolz e Schneuwly (2004). Assim, verificamos 1206 gêneros discursivos, dos quais 497 são agrupados nas ordens de narrar e de relatar e apenas 292 ocorrências possuem fenômenos de variação no estilo do gênero. O objetivo principal é investigar a forma como os diferentes Livros Didáticos do Português tratam o tema “variação linguística” e, consequentemente, abordam a ideia de “norma padrão” e “norma culta”, com vistas a contribuir tanto para a discussão de implementação de políticas de ensino de língua materna para o ensino médio, como a crescente discussão sobre a existência de uma “pedagogia da variação”.