João Gilberto Noll: entre a opacidade e a transparência | Autores: Bruno Cardoso (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo: A comunicação analisa a narrativa ''A cor de nada'' do escritor gaúcho João Gilberto Noll, publicado em 2006 no livro de contos '' A máquina de ser''. Com o fito de investigar como a prosa de Noll tensiona os limites da representação - principalmente no modo como evoca o caráter opaco do signo em detrimento de uma certa tradiçao da transparência mimética sobre a qual se fundou a teoria narrativa, sobretudo na esteira de reflexões como as empreendidas por Aristóteles e Auerbach - analiso a composição plástica da narrativa de Noll, com enfoque metodológico no que Liliane Louvel (2006), em ''Poéticas do visível: ensaios sobre a escrita e a imagem'', denomina de marcadores de enquadramento e referências metapicturais. Dessa forma, busco evidenciar como a arquitetura narrativa do escritor gaúcho, erigida a partir de um sistema de imagens e de um campo semântico que instaura o diálogo da narrativa com o campo pictural, lança mão, especificamente neste conto, de um diálogo com a estética abstrata a fim de problematizar os limites da representação artística bem como os efeitos desse processo. Ao final da análise, evidencio como a referência metapictural ao abstracionismo põe em relevo o caráter negativo do signo, cujo ápice se apresenta na metáfora derradeira do conto: o nada como cor.
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