Uma proposta de Aprendizagem Linguística Ativa para o ensino de morfologia | Autores: Julio William Curvelo Barbosa (UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná) ; Rafael Dias Minussi (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) |
Resumo: Desde a publicação da Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB, 1959), os avanços dos estudos linguísticos, sobretudo da morfologia, não atingem a sala de aula – seja pela ausência de integração do conhecimento científico por meio da formação dos professores, seja pela transposição desse conhecimento nos materiais didáticos. Por conta dessa limitação, e da intenção de contribuir para um estreitamento do caminho entre o avanço científico e a sala de aula, este trabalho propõe uma aplicação da abordagem da Aprendizagem Linguística Ativa (Pilati, 2017) voltada para o ensino de morfologia. A seção inicial apresenta a problematização do ensino de gramática e a dificuldade vista ao se seguir os PCNs (BRASIL, 1998, 1999, 2000, 2001) como alternativa de desvinculação do ensino de gramática como conteúdo mecanicista e prescritivo da vertente normativa. Com base na revisão bibliográfica dos trabalhos sobre ensino de português e Gramática Gerativa visto em Barbosa (no prelo) e na observação crítica dos materiais morfológicos de livros didáticos vista em Minussi (no prelo), obtém-se a motivação para a sugestão de uma nova proposta de material a partir de oficinas, como subsídio para um estudo piloto. A elaboração do material divide-se nas etapas de (a) avaliação do conhecimento prévio dos alunos, (b) dados de experiência linguística, (c) reflexões linguísticas sobre os dados apresentados, (d) organização e sistematização das ideias, (e) apresentação das ideias por meio de textos e (e) aplicação dos conhecimentos em textos (Pilati 2017, pp. 118-9). A presente proposta surge na intenção de preencher duas lacunas na área: (i) contribuir para o raciocínio crítico e a adoção do conhecimento linguístico teórico do professor no seu repertório didático e na reflexão do conhecimento linguístico transmitido em sala de aula; (ii) oferecer um caminho para a observação em sala de aula, a partir da aplicação das oficinas em aulas do ensino básico.
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