É comum ouvirmos queixas, na esfera universitária, sobre as dificuldades em leitura e escrita dos acadêmicos, seja da parte dos professores formadores ou dos próprios estudantes que, muitas vezes, sentem-se despreparados e aquém das expectativas desse contexto. Essa preocupação se intensifica quando o estudante é um futuro professor de língua materna. Diante disso, este trabalho aborda questões relacionadas às práticas da escrita na esfera acadêmica e à formação do licenciando para ensinar a produção escrita na escola, tendo como objetivo compreender como os formadores de cursos de Pedagogia do município de Ponta Grossa/Paraná estão concebendo e promovendo eventos e práticas sociais mediadas pela escrita no contexto de formação docente. A fim de buscar subsídios que dialoguem teoricamente com essa questão, este estudo em andamento ancora-se na perspectiva da Linguística Aplicada e busca apresentar estudos e pesquisas que se fundamentam nos estudos do letramento e nos estudos dialógicos do discurso. A partir de uma metodologia qualitativa de cunho interpretativista, faz-se a análise dos discursos de formadores(as) de cursos de Pedagogia, delineando-se o perfil desses profissionais em relação à sua formação e participação em práticas e eventos de letramento, bem como aos encaminhamentos das práticas de escrita promovidas em suas aulas, considerando-se a formação para o ensino da produção textual escrita. Ressalta-se a relevância de melhor compreender a formação do futuro professor no que diz respeito às práticas de escrita das quais ele participa em seu processo de constituição docente e de como ele aprende a ensinar a produção escrita. Essa reflexão poderá auxiliar a repensar o ensino e a aprendizagem da produção escrita nas esferas escolar e acadêmica numa perspectiva mais interativa e dialógica, investindo na produção de conhecimentos necessários para suprir as lacunas que se tem encontrado na formação dos sujeitos em relação às práticas sociais mediadas pela escrita.