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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


SUBJETIVIDADE EM REDAÇÕES DE VESTIBULAR

Autores:
Carmen Teresinha Baumgartner (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná)

Resumo:

A prova de redação do vestibular tem sido um dos mecanismos de avaliação utilizados pelas universidades para definir quem poderá ingressar num curso de nível superior. Nela, os vestibulandos precisam operar com a linguagem e com a historicidade para atenderem à proposta de redação. Nesta pesquisa, interessou-nos refletir sobre a questão da subjetividade, problematizando, no campo da Linguística Aplicada (LA), a seguinte questão de pesquisa: como o vestibulando se relaciona com a linguagem na redação? O objetivo é analisar indícios de subjetividade em duas redações do vestibular, observando o trabalho que os sujeitos autores fazem com a linguagem e com o outro, à medida que precisam mobilizar sentidos para atender ao que lhes é solicitado. Nesse empreendimento, lançamos mão de estudos da Análise Dialógica do Discurso (ADD), inspirada nos trabalhos de Bakhtin e de outros representantes do Círculo – como Volochínov – e da Psicologia Histórico-Cultural, com ênfase nos trabalhos Vigostki, para refletir sobre a constituição do sujeito pelo e com o outro, e pela e com a linguagem. Com base nesses autores, entendemos que quando o sujeito utiliza a língua não o faz por meio de formas linguísticas isoladas, mas por meio de enunciados, unidades discursivas estritamente sociais que incitam uma atitude responsiva por parte do sujeito. Consideramos os elementos que, segundo Bakhtin, determinam o texto como enunciado: "[...] a sua ideia (intenção) e a realização dessa intenção" (BAKHTIN, 2011[1979], p. 308), em suas interrelações dinâmicas. Nos textos analisados, observamos a posição dos sujeitos autores a partir do modo como representaram o tema, o interlocutor, e o próprio gênero artigo de opinião, em razão do fato de que o que foi enunciado foi produzido num quadro interativo, em instâncias discursivas inscritas em uma dada configuração cultural, implicando papéis, lugares e momentos de enunciação.