Nosso objeto de estudo nesse trabalho é o processo-crime de defloramento, ocorrido no ano de 1888, na cidade de Aracaju, cuja vítima é Maria Adélia Braga de Jesus, descrita como órfã mãe, que vive na capital de Sergipe, Aracaju na companhia de seu padrinho, o senhor Guilherme José Vieira  Filho e contava com 16 anos de idade. O acusado do crime chama-se Alfredo Xavier dos Anjos e fica foragido durante todo período do processo. A fonte documental com a qual estamos trabalhando se encontra alocada no acervo histórico do Arquivo Geral do Judiciário do Estado de Sergipe “Desembargador Manuel Pascoal Nabuco D’Ávila”, localizado na cidade de Aracaju. O processo se encontra sob a cota Cx. 2543 e está em bom estado de conservação, o que chama atenção é que diferente de quaisquer outros processos já editado, o documento em questão contempla a interferência pessoal do padrinho da vítima, além de uma quantidade excessiva de selos, o que provavelmente elevou à custa do processo a uma quantia significativa à época. Esse trabalho tem por objetivo apresentar uma breve análise codicológica (CAMBRAIA, 2005) e os resultados parciais da edição semidiplomática (CAMBRAIA, 2005; SPINA, 1990) do processo-crime de defloramento em tela.  As normas de edição usadas foram estabelecidas pela equipe do Projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB). Nossa contribuição se centra na disponibilização da edição para o banco de dados diacrônicos do português sergipano e no entendimento sócio-histórico (PETRUCCI, 2002) dos fatos descritos e relatados nos processos.