O objetivo do presente trabalho é apresentar e descrever os campos lexicais que se constituíram a partir de cento e trinta e nove bases léxicas de origem indígena levantadas a partir do banco de dados sincrônico do ATEMIG – Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais, que vem sendo desenvolvido desde março de 2005 na FALE/UFMG, e as quais fazem parte da minha dissertação de mestrado intitulada A Toponímia da Região Central Mineira, defendida em 2015. Para fins de análise, classificamos as bases léxicas que compõem o nosso corpus em treze campos lexicais referentes ao universo indígena da região supracitada, a saber: plantas; animais; rios; relevo; constituição do solo; cores; títulos; etnias; características do homem indígena; nomes próprios, apelidos e alcunhas; habitação; cultura material; e cultura espiritual. Para tanto, consultamos dicionários gerais, etimológicos e morfológicos do português, além de vocabulários específicos que reúnem palavras de origem indígena, como os de Gregório (1980) e Sampaio (1987). Ainda como parte dos referenciais teóricos, este trabalho segue a teoria dos campos lexicais proposta por Coseriu (1977). Como resultados parciais, temos que o campo lexical mais produtivo, em termos quantitativos, é o das plantas, e que a maioria das lexias é de origem tupi. Esses dados nos demonstram como os indígenas, marcados pelos lanços de sangue com a terra, sentiam-se motivados a nomear em razão da necessidade de identificação do próprio ambiente. Desta forma, passamos a conhecer parte do léxico (pois partimos de um corpus delimitado) de outrora utilizado por esses povos, como também aspectos específicos dessa sociedade indígena sobre a qual se realiza este estudo. (ABBADE, 2011).
Palavras-Chave: Teoria dos Campos Lexicais, Léxico Indígena, Região Central Mineira, Minas Gerais.