Poster
| NÃO TEM OUTRA HISTÓRIA NÃO: um estudo sobre a dupla negação no português maranhense | Autores: Layane Kessia Pereira Sousa (UFMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) |
Resumo: A negação é um universal de linguagem que pode se manifestar de diferentes formas nas línguas naturais. Em se tratando do Português Brasileiro (PB), esse fenômeno da negação sentencial é apresentado na língua de três formas: i) a negação pré-verbal (não + SV); ii) a dupla negação (não +SV+ não); e iii) a negação pós-verbal (SV+ não). Partindo desses pressupostos, o presente trabalho busca analisar a segunda estrutura de negação sentencial, a dupla negação. Ancorada nos estudos da Sociolinguística (CEZARIO & VOTRE, 2008; LABOV, 2008; TARALLO, 2006), da Dialetologia (CARDOSO, 2010) e nos estudos de Schwegler (1991), Furtado da Cunha (2001), Schwenter (2005) e Rocha (2013), nossa pesquisa busca analisar os fatores linguísticos, discursivo-pragmáticos e sociais que contribuem para o uso da estrutura na fala de maranhenses. Assim, selecionamos as seguintes localidades: São Luís, capital maranhense (Mesorregião Norte), e Alto Parnaíba (Mesorregião Sul),que compõem parte da rede de pontos linguísticos do Atlas Linguístico do Maranhão (ALiMA). Com essa amostra representativa, foi possível fazer uma análise comparativa dos dados obtidos, de modo a observar a expressão da dupla negação nas duas localidades. Os dados analisados foram coletados de 12 entrevistas realizadas com falantes nativos das localidades, distribuídos segundo os fatores: sexo – masculino e feminino –, idade –faixa etária I, de 18 a 30 anos, e faixa etária II, de 50 a 65 anos –, e escolaridade – ensino fundamental incompleto e superior em São Luís, e apenas ensino fundamental nas demais localidades. Com base em nossos resultados, observamos, no falar maranhense, o uso significativo da variante não-canônica, a dupla negação, principalmente.
Agência de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA |