Propõe-se uma comunicação em que se deseja expor uma análise de cunho sincrônico, desenvolvida no âmbito do Projeto PREDICAR (Formação e expressão de predicados complexos: estabilidade, variação e mudança construcional), sobre o uso de predicadores complexos compostos pelo verbo suporte FAZER (como fazer um esforcinho, fazer um esforço, fazer uma caminhada, fazer uma caminhadinha) em textos orais e escritos do português. Tenciona-se detectar indícios dos fenômenos de variação observáveis em comportamentos linguísticos registrados no corpus. Acredita-se, em linhas gerais, que há algum grau de equivalência funcional entre (a) predicadores complexos oriundos de padrões construcionais distintos e (b) entre os mesmos e suas respectivas formas simples cognatas.
Por meio da análise de dados do uso (qualitativa e quantitativa), em conjunto ao exame de registros de percepção e avaliação subjetiva obtidos mediante metodologia de pesquisa experimental (FASOLD, 1987; GONZALEZ-MARQUEZ et alii 2006), pretende-se tratar (i) do fenômeno de comparabilidade funcional entre formas simples e complexas ou/e entre formas complexas, assim como de (ii) (micro)analogizações e (micro)mudanças (no pareamento forma-função/sentido) que possam estar na base de alguns dos constructos dos corpora em análise. Segundo as orientações da Linguística Funcional Centrada no Uso e da Gramática das Construções (TRAUGOTT & TROUSDALE, 2013; GORSKI & TAVARES, 2015; GOLDBERG,1995, 2006; HILPERT, 2014; MACHADO VIEIRA, 2016), objetiva-se mapear a configuração formal e funcional dos padrões construcionais em análise.