Monaretto (2005) comenta que, no Rio Grande do Sul, os documentos mais antigos em português estão em arquivos históricos em Porto Alegre e datam de 1764. Documentação notarial, cartas pessoais e cartas oficiais podem ser encontradas em museus e arquivos localizados em todo o estado. Contudo, a maior parte desse material não está organizada, catalogada, ou ainda, disponível para a comunidade acadêmica. A autora afirma que não há, em todo o estado do Rio Grande do Sul, um arquivo ou banco de textos que dê conta de todas essas questões. Com o objetivo de preencher essa lacuna e de contribuir para a descrição do português em sincronias passadas no Brasil, o projeto Português Histórico do Rio Grande do Sul (PHRS) organiza-se como um banco de manuscritos produzidos no estado que visa a reunir material diversificado da produção escrita de vários estágios da língua, bem como disponibilizar esses documentos para a comunidade acadêmica. Para tanto, os documentos são coletados nos arquivos por meio de fotografia digital (edição fac-similada). Conforme Cambraia (2005), cada tipo de edição deve atender a um fim. As normas de edição devem, portanto, adequar-se ao tipo de edição e a sua finalidade. Como o PHRS tem como propósito oferecer corpora para estudos linguísticos que se ocupem da mudança linguística e da descrição da língua portuguesa, os textos são transcritos em edição diplomática. Esse tipo de edição é uma “reprodução tipográfica do original manuscrito, como se fosse completa e perfeita cópia do mesmo na grafia, nas abreviações, nas ligaduras, em todos os sinais e lacunas, inclusive nos erros e nas passagens estropiadas” (BASSETO, 2001, p. 60). Atualmente, o PHRS conta com cerca de 150 documentos de diversas tipologias (cartas, recibos, telegramas, pedidos, memoriais, recibos, entre outros) produzidos entre 1747 e 1920 em diversas cidades no Rio Grande do Sul.