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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
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Os fenômenos linguísticos [tiy], a partícula “se” e o uso do vocábulo “manteiga” em Alto Araguaia: Um estudo de caso

Autores:
Milena Alves Barbosa (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso)

Resumo:

O presente artigo tem como objetivo apresentar alguns fenômenos linguísticos. Abordando os níveis fonológico [tii], morfossintático (apagando o pronome se) e lexical (significação de manteiga), encontrados na região de Alto Araguaia, cidade localizada no sudeste mato-grossense. Esse texto foi produzido com base em uma pesquisa dialetológica, realizada no ano de 2017, por alunos do terceiro semestre de Licenciatura em Letras da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Câmpus de Alto Araguaia. Para coletar os dados, foram realizadas entrevistas com moradores da região que possuíam idade superior a 65 anos, que residiam na cidade por mais da metade da sua idade e que não possuíam um nível elevado de escolaridade. Por meio dessas entrevistas, observaram-se algumas características na fala araguaiense que parecem ser peculiares da região. Foi encontrado um fenômeno no nível fonológico, mais precisamente na palavra “tio”, a qual sofre uma supressão (apócope) do fonema átono semivogal [w] e depois ocorre o aumento  do fonema [y]; sendo assim, a palavra passa a ser pronunciada como /tiy/ como se pode observar na frase “Me dê a sua benção, /tiy/". Já no nível morfossintático, o pronome “se” não aparece, como por exemplo na frase “Não precisa preocupar”, o clítico “se” desaparece em todas as frases em que ele deveria aparecer como pronome. No nível lexical, a palavra “manteiga” é utilizada de diferentes formas, como por exemplo, manteiga no sentido de margarina (de origem vegetal), no sentido manteiga de leite (de origem animal) e da forma que será abordada neste artigo, manteiga no sentido de tecido adiposo da barriga, ex: “Eu engordei, olha o tamanho da manteiga na minha barriga”. Ressalta-se que este é um trabalho despretensioso e ainda não aprofundado, ou seja, é possível que os mesmos fenômenos relatados aqui possam ocorrer de forma semelhante em outras regiões do país.