Têm sido percebidas, ultimamente, no português falado no Brasil, ocorrências de casos de flutuação no modo subjuntivo, como por exemplo em orações subordinadas após atos de fala de duvidar, que exigiriam tal modo verbal. Entretanto, a língua portuguesa apresentada nos materiais didáticos de Português para Estrangeiros ainda está afastada da que efetivamente é falada e escrita em território brasileiro, o que dificulta o pleno acesso do aprendiz ao português e a sua habilidade comunicativa ao tratar com falantes nativos. Sendo assim, pretendemos, com nossa apresentação, oferecer subsídios para professores e produtores de material didático de PLE, ao verificar em que casos ocorrem tais flutuações e qual seria a função delas na comunicação. Para tanto, nosso estudo tomará por base a Gramática Funcional do Discurso (GDF), de Hengeveld & Mackenzie (2006; 2008), e a categorização de tipologia semântica dos verbos proposta por Garcia (2004). Além disso, utilizaremos como metodologia grandes corpora eletrônicos, presentes na Linguateca (disponível em https://www.linguateca.pt/ ), onde encontramos expressivo número de flutuações, mesmo em corpora de registro formal, compostos de textos jornalísticos, em que se esperava o emprego de acordo com a norma padrão. Acreditamos portanto que, devido à aceitabilidade desses usos em contextos relativamente cultos, a flutuação, hoje considerada como erro pela Gramática Tradicional, poderá tornar-se, em um futuro breve, um emprego alternativo correto, tal qual o uso do infinitivo nas orações subordinadas.