(Des)inventando ideologias linguísticas em um contexto de surdez: relato de uma experiência no ensino/aprendizagem de português para surdos | Autores: Ályda Henrietta Zomer (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) |
Resumo: Neste artigo, a identidade e a língua (CESAR; CAVALCANTI, 2007) são compreendidas como não fixas e múltiplas, portanto, são passíveis de uma série de desconstruções à medida em que os sujeitos sociais vão se inserindo nas mais diversas práticas sociais em seu cotidiano. Tendo isso em vista, como objetivo deste trabalho, na contramão da ideologia monolíngue pretende-se refletir acerca do processo de (des)construção da comunidade de prática (surda) a partir das noções de repertórios comunicativos (BUSCH, 2012; RYMES, 2014) e práticas translíngues (GARCIA, 2009; CANAGARAJAH, 2013) de alunos, professoras e intérpretes-tradutores que eram constantemente negociadas durantes as aulas de português. Para tanto, são focalizadas (i) as políticas linguísticas e o(s) papel(éis) das ideologias linguísticas no ensino/aprendizagem de português para surdos, em direção à (des)solidificação de uma visão lançada à comunidade de prática surda (ii) algumas das ferramentas pedagógicas utilizadas em sala que oportunizaram tais processos de (des)construção linguística. Metodologicamente, partimos de um relato de experiência de ensino cujo processo desencadeou uma (des)invenção de nossas próprias noções de línguas e identidades brasileiras, com base na proposta de Makoni e Pennycook (2007; 2012), bem como algumas de suas implicações com vistas a uma educação linguística cada vez mais culturalmente sensível (CAVALCANTI, 2013).
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