Engenheiros, Arquitetos e João Cabral de Melo Neto | Autores: Fábio José Santos de Oliveira (UFMA - Universidade Federal do Maranhão) |
Resumo: A crítica acerca de João Cabral de Melo Neto (1920-1999) sempre tratou como ponto pacífico a presença da metalinguagem em sua produção literária. Não raramente, esse debate metalinguístico tendia, da parte de João Cabral de Melo Neto, a articular poesia e outros domínios artísticos, entre os quais a Arquitetura. Nossa apresentação traz como objetivo, justamente, o estudo dessa relação artística entre a poesia cabralina e a Arquitetura. Este estudo comparativo, por sua vez, participa de um campo analítico mais abrangente, cujo resultado imediato foi a publicação do nosso O Poema Inquieta o Papel e a Sala (EDUFMA, 1997), do qual este resumo não apresenta senão uma pequena parcela, a saber: a presença de certos engenheiros e arquitetos na poesia cabralina, sobretudo Antônio Bezerra Baltar (1915-2003) e Le Corbusier (1887-1965). No que toca ao percurso analítico deste estudo em específico, serviu-nos como leitura teórica Vers une Architecture (1923), do próprio Le Corbusier, que lança luzes importantes na discussão entretida nessa análise, principalmente no que diz respeito à expressão “machine à émouvoir” (“máquina de comover”) citada como epígrafe em um dos livros de João Cabral e que faz coro com outra expressão de Vers une Architecture, “machine à habiter” (“máquina de habitar”), também importante para a dimensão arquitetônica alcançável na obra cabralina.
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