Temos como objetivo analisar marcas na identidade de adolescentes infratores-internos, enquanto identidades singulares na/pela subjetividade, num determinado momento histórico e social. Investigamos as representações imaginárias perpassadas na identidade, a partir de temas que proporcionem a prática da escrita em contextos de situação de exclusão em uma escola pública que funciona dentro de uma Unidade Educacional Interna no Mato Grosso do Sul. Partimos de um olhar discursivo-desconstrutivista subsidiados por Coracini (2003, 2007), pelo filósofo Foucault (1998; 2005) e Mariani (2003) para discutir as noções de exclusão, saber/poder e subjetividade, na busca de discutir os dizeres que tratam das relações de saber/poder, bem como problematizar a relação entre hospitalidade, hostilidade e anormalidade, a partir de como os adolescentes se vêem e acham que são visto pelo outro. Subsidiamos em Foucault (1979, 2001), sobre anormalidade e exclusão e Derrida (2003, 1995), sobre hospitalidade e hostipitalidade. O corpus consiste nos recortes dos discursos emitidos em seus respectivos locais de produção (Instituição UNEI), pelos sujeitos produtores de discursos: aluno (interno). Conforme Derridá (2003), a hos(til)pitalidade é uma forma de exclusão, sendo que uma hospitalidade, transforma-se constantemente e torna um refém do outro. Sobre essa noção, Derrida (2003) afirma que quando o logos paterno é ameaçado, há o estrangeiro que questiona o pai (lógon), o estrangeiro que contesta o pai é virtualmente parricida. Os resultados parciais indicam que os dizeres dos alunos ajudam a moldar suas representações identitárias, de modo que são perpassados pelo discurso da Instituição UNEI, que na pretensão de incluir, podem excluir, enfim, há recuperação desses jovens-monstros? (LOBO, 2008).