Partindo do pressuposto que dentre as práticas sociais que se emaranham na sociedade, o discurso é uma das que mais representa os embates ideológicos,  propusemos este estudo, que se configura a partir da análise das questões de formação geral das provas do ENADE entre os anos de 2009 e 2017. Embasamo-nos na teoria do Círculo bakhtiniano que considera o discurso como arena de luta de classes, a qual podemos estender para uma arena de lutas sociais transversais, que atravessam todas as questões individuais e sociais: o discurso se coloca como  nós das redes de subjetividades que dão sustentação a todas as práticas sociais. O signo é ideológico por natureza e é imbuído de efeitos de sentido a partir dos posicionamentos sócio-históricos dos sujeitos que se envolvem nas interações verbais. Pudemos perceber que todas as questões de Conhecimentos Gerais das provas possuem um enunciado motivador, e que a maioria desses são discursos multimodais. Aqui, faremos um recorte de análise de três charges que tem como tema o Meio Ambiente. Observamos que o fundo aperceptível, ou seja, o não-dito, que embala as charges são de suma importância para sua compreensão, conforme nos é revelado nas obras do Círculo de Bakhtin. As ressonâncias ideológicas também são sentidas na hibridização dos discursos, que são dialógicos por natureza e ativamente responsivos. Outra percepção é a de que as alternativas que são dadas aos educandos, são, em sua maioria, possíveis de serem compreendidas ativamente pela observação da dialogicidade intrínseca nos e aos enunciados.