Embasado nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista, este estudo é fruto de uma pesquisa de mestrado em andamento sobre o uso do pronome pessoal de primeira pessoa do plural no Maranhão. Estudos sobre a variação pronominal têm apontado um nítido uso alternado dos pronomes “nós” e “a gente” para designar a primeira pessoa do plural no português brasileiro, no entanto, na região maranhense, os estudos voltados a essa temática ainda são bastante tímidos.  Como base teórica temos os pressupostos da Teoria Variacionista propostos por LABOV (1972), estudiosos da área da sociolinguística como BORTONI-RICARDO (1985) e, ainda, estudiosos do Pronome Pessoal no Português Brasileirocomo OMENA (1996), SCHERRE (2006), entre outros. Para constituição do corpus são utilizados dados do projeto ALIMA (Atlas Linguístico do Maranhão) e contamos com uma amostra de 12 informantes. A metodologia é de caráter quali-quantitativo com o objetivo de analisar a alternância dos pronomes “nós” e “a gente” na fala maranhense e relacionar os fatores que têm impacto, simultaneamente, sobre a escolha do falante. A análise quantitativa dos dados foi realizada através do pacote de programas Goldvarb, levando em consideração as variáveis sociais sexo, faixa etária, escolaridade e localidade e as variáveis linguísticas concordância verbal, preenchimento do sujeito, tipo de referência e paralelismo linguístico. Os resultados permitiram constatar que tanto os fatores linguísticos quanto os extralinguísticos influenciam na escolha de uma ou da outra forma pronominal e que “a gente” é a forma preferida para representar a primeira pessoa do plural na fala maranhense, embora ainda em concorrência com o “nós”.