Os livros didáticos ocupam (com uma frequência maior do que os professores gostariam de admitir) posição de destaque no contexto de aprendizagem formal. No que concerne à área de ensino-aprendizagem de línguas, essa realidade não é diferente. Diversas pesquisas demonstram que a maioria dos professores, tanto de língua materna quanto de língua estrangeira, recorre ao tradicional livro didático para organizar e dar suporte à sua prática pedagógica. Para o professor da área de ensino-aprendizagem de línguas, que tem justamente a língua ao mesmo tempo como instrumento e como objeto de trabalho, é fundamental que uma ferramenta como o livro didático ofereça tanto a ele quanto ao aluno oportunidades de uso concreto da língua. Espera-se que materiais que se propõem a trabalhar a língua, a partir de uma concepção comunicativa e intercultural, apresentem atividades que provoquem o aprendiz a agir em situações concretas de uso dessa língua, dentro de contextos sociais e culturalmente relevantes. A partir dessa perspectiva, nesta comunicação, apresentaremos a análise de três diferentes materiais didáticos com objetivo de apontar em que medida as tarefas e atividades proposta nesses livros de PLE/PLA favorecem o desenvolvimento das competências discursiva, gramatical, estratégica e interculturais. Em que medida elas pressupõem a ideia de propósito social que envolva as habilidades de ler, escrever, escutar e falar que pretendem desenvolver?