Temos como objetivo contribuir com discussões que refletem sobre as implicações pedagógicas das práticas interdisciplinares na construção da oralidade e escrita. Tratamos da pesquisa, em curso, no pós-doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação Currículo da PUC/SP sob orientação da Professora Ivani Fazenda e da ação de extensão, em andamento, aprovada pela UFMS/Campus de Aquidauana. Tais ocorrências estão sendo realizadas na Aldeia Babaçu em Miranda/MS tendo a arte e a cultura como aliadas para desenvolver o pensamento crítico, criativo e reflexivo na criança indígena. Com o apoio de Barbosa, Fazenda, Piaget, Pillar, Vigotsky e outros autores defendemos a constituição do pensamento e a construção do conhecimento em ambientes escolares indígenas que valorizem as descobertas, que proporcionem o movimento da parceria na troca de experiências e da afetividade no ato de aprender. Partimos das observações sistemáticas nas pesquisas que indagam, nestes espaços, como a criança vê, ouve, compreende palavras ditas e também aquilo que não depende de palavras, mas de gestos, expressões, imagens e silêncios. Para tal assumimos a postura investigativa interdisciplinar ao buscar saber como ela estabelece a comunicação e incorpora à linguagem aos significados da cultura do seu povo? Os dados revelam que o poder da inteiração cabe ao conjunto e não somente aos professores. Há que se considerar a necessidade de dar voz e vez às crianças desde à educação infantil, afinal, deste diálogo interessado de parte a parte é que nascem conhecimentos e valores significativos e, portanto, duradouros e úteis, incorporando-se o papel do outro. Por fim vislumbramos resultados significativos para a pesquisa nas áreas envolvidas, focalizando a formação interdisciplinar para uma cultura da diversidade e caracterizando um olhar mais cuidadoso no espaço escolar da comunidade indígena Terena.