A finalidade deste trabalho é  apresentar estudo do campo lexical do Espírito, nos volumes II, III e IV da Revista Espírita, de Allan Kardec (KARDEC, 1859, 1860 e 1861). Os pressupostos teórico-metodológicos são os da Lexicologia, principalmente a perspectiva teórica dos Campos Lexicais proposta por Eugenio Coseriu (1977; 1987), publicações de Abbade (2003; 2011; 2015), Ullmann (1964), Geckeler (1976), dentre outros. A metodologia utilizada foi a aplicada por Abbade (2009)  e será descrita no corpus da dissertação, sempre fundamentada em Eugenio Coseriu, que consiste na ideia de que os itens lexicais se opõem dentro de um campo, sendo tal oposição indispensável para uma parte na estrutura de cada língua. Só se constitui um campo onde uma nova oposição necessite que o valor unitário do campo se converta em traços distintivos. Esse teórico entende o campo lexical como uma disposição paradigmática composta por unidades léxicas que são examinadas em uma área de significação coletiva e que nesse mesmo espaço estabelecem oposições entre si. Dessa forma, as desigualdades de sentidos de um campo lexical, no que diz respeito ao conteúdo, são decisivos para as suas relações internas. Para as definições das lexias, além do corpus de base, foram consultados também alguns dicionários sincrônicos da língua, como: NASCENTES (1955), CUNHA (1997), FERREIRA (1986),  MORA (1978), ABBAGNANO (2007) e MICHAELIS online (2017). Assim sendo, almeja-se cooperar para a apreensão da praxe do homem da segunda metade do século XIX, caracterizada pelas marcas no uso do vernáculo, haja vista que língua, cultura e sociedade são indissociáveis.