A representação negra nos livros didáticos de História esteve, durante muito tempo, atrelada à imagem do escravizado, motivo pelo qual os movimentos pedagógicos e de outros âmbitos diversos vêm lutando para que esse tipo de imagem massificada não permaneça nos livros, contribuindo para a manutenção de estereótipos acerca do negro. Neste trabalho pretendemos discutir se houve avanço nessas construções dos livros didáticos, e que imagens vêm sendo construídas ou desconstruídas. Visando compreender as práticas discursivas que se desenvolvem a partir da imagem do negro nos livros didáticos de História do Ensino fundamental I, e identificar possíveis diálogos com discursos relacionados às temáticas étnico-raciais, à diversidade e às diferenças, propomos uma análise com base nos conceitos de alteridade, gênero do discurso e práticas discursivas (BAKTHIN,1997; MAINGUENEAU, 2008), de educação libertadora (FREIRE, 1986) e do multiculturalismo (MUNANGA,1987, 2012). Nosso corpora são os livros do projeto Buriti da editora Moderna do 2° ao 5° ano do EFI, adotados no município de Barra do Piraí em 2015 – 2018. Acreditamos que a maior relevância do nosso trabalho é iluminar a reflexão da educação, dos discursos e da linguagem como instrumentalização de saberes que contribuam para a informação, construção de sujeitos e diminuição de atitudes segregatórias.