PRÁTICAS DE LETRAMENTO DOS ESTUDANTES JOVENS E ADULTOS DENTRO DO ESPAÇO ESCOLAR: IMPLICAÇÕES PARA O CURRÍCULO DE LÍNGUA PORTUGUESA | Autores: Leila Britto de Amorim Lima (UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) |
Resumo: No debate contemporâneo sobre o papel social dos usos da leitura e da escrita, não podemos deixar à margem uma reflexão sobre a valorização e a reprodução de práticas sociais dominantes no âmbito da cultura escrita nos espaços escolares. Esta pesquisa investigou as relações existentes entre as práticas de letramentos dentro da escola e as expectativas dos sujeitos da EJA e suas implicações para o currículo de Língua Portuguesa. O aporte teórico contempla as concepções de práticas de letramento (STREET, 2013) e os eventos de letramento (STREET, 2013; HEATH, 1983); as relações entre currículo e poder (MOREIRA, 2003; MOREIRA E TADEU 2011, SILVA, 2000). A metodologia percorrida na pesquisa foi constituída de realização de entrevistas com estudantes jovens e adultos do módulo III do primeiro segmento e de observações de aulas. Foram utilizados, como pressupostos teóricos e metodológicos, a Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001); os conceitos de eventos e práticas de letramento (STREET, 2013 e HEATH, 1983); e os conceitos de estratégias e táticas (CERTEAU, 1985; 2001). Os resultados evidenciaram que os estudantes da EJA indicaram uma variedade de práticas de leitura e de escrita relacionadas às suas experiências e vivências, ao mesmo tempo em que manifestam sua vontade de utilizarem a linguagem em outros espaços sociais para lutar contra situações de desapreciação ou discriminação pelo não domínio da leitura ou da escrita. Ao traçamos uma relação entre os movimentos entre as práticas e eventos de letramento escolares e as expectativas dos estudantes da EJA, observamos que os estudantes participavam de situações na escola que consideravam importantes para atuar de forma mais autônoma na sociedade. Todavia, os movimentos de distanciamentos entre os eventos de letramento escolares e as expectativas se relacionavam às tensões produzidas entre as atividades propostas e as ressignificações que os sujeitos faziam das mesmas.
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