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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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LÉXICO E O CONTEXTO SOCIOCULTURAL: COMUNIDADE QUILOMBOLA BOA ESPERANÇA

Autores:
Valnoisa Alves Silva (IFTO - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) ; Jeane Alves Silva ()

Resumo:

A proposta deste trabalho consiste em analisar os usos lexicais dos integrantes da comunidade quilombola Boa Esperança, situada na região do Jalapão. Para esse fim, esclarecemos a respeito da história da formação do presente quilombo, com o intuito de resgatar a memória, os motivos que deram origem ao lugar e as transformações no contexto sócio-político da região que explicam o estilo vocabular dos seus habitantes. Num segundo momento, examinamos tais elementos linguísticos em termos semânticos. No tocante ao corpus, delimitamos a coletá-lo a partir dos falares dos idosos da comunidade. Tal escolha ocorreu a partir da observação de que os idosos são os habitantes mais antigos do quilombo e possuem um histórico de pouco contato com habitantes de outras regiões, isto contribuiu para que ambos mantivessem as suas raízes linguísticas. Optamos por realizar a coleta do corpus por meio de conversas gravadas na residência de cada idoso quilombola, percebemos que este método foi fundamental para que eles se sentissem confortáveis com as entrevistas. Quanto à metodologia, elegemos a abordagem qualitativa. A fundamentação teórica deste estudo se apoia nas postulações de Castilho (2006), Ferreira (2012) e Machado (2018). Ferreira e Machado têm trabalhos relacionados ao léxico de comunidades remanescentes, os quais se aproximam da abordagem que se aplica neste estudo. Castilho se fundamenta na nossa pesquisa por ser um linguista com diversos estudos acerca da (re)construção da Língua Portuguesa no Brasil. Segundo Machado (2018), as pesquisas relacionadas à fala implicam na possibilidade de diversos encontros linguísticos. A postulação da autora está em consonância com os resultados parciais que o nosso corpus revela, isto é, que muitas palavras utilizadas pelos idosos da comunidade Boa Esperança revelam resquícios de línguas africanas e indígenas, bem como apresenta traços de um estágio anterior da língua portuguesa.

 

 


Agência de fomento:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins - Campus Palmas