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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
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O FEMININO EM PAUTA: RACHEL DE QUEIROZ E A CRÔNICA TRAGÉDIA CARIOCA

Autores:
Victor Hugo Farias de Araújo (UFAL - Universidade Federal de Alagoas)

Resumo:

Consagrada no quadro literário brasileiro como um dos nomes mais importantes da prosa nacional, Rachel de Queiroz amplamente reconhecida por seus romances, embora também tenha dedicado cerca de 77 anos de sua carreira à escrita de crônicas. A autora de obras célebres como O Quinze (1930) e As Três Marias (1937), passou, em seu período como cronista e jornalista, por diversos periódicos e jornais da época, dentre eles O Estado de S. Paulo, Diário de Notícias e a revista O Cruzeiro. Nesses espaços, publicava crônicas que, posteriormente, foram compiladas em livros. No decorrer da história, o gênero crônica se assentou num preconceito da crítica que a via, até pouco tempo, como um texto de menor qualidade ou prestígio. Este preconceito talvez fosse fruto de sua origem, visto que a crônica assentou-se nas páginas dos jornais, um veículo de comunicação pautado pela efemeridade e pelo cotidiano. Além disso, escrever crônicas era uma fonte de renda para muitos escritores, que viam a escrita destas como um forma de serem remunerados mais rapidamente pela publicação de um texto. Entretanto, foi justamente o caráter original e corriqueiro da crônica que resultou em sua resistência e permanência, especialmente a partir da década de 80, quando cresceu e passou a ser vista como objeto de estudo por pesquisadores. Dialogando com a prosa e jornalismo, a crônica se configura como um texto repleto de originalidade, e é nesse espaço que Rachel de Queiroz mantém uma excelência ao manejá-la. Sua escrita pode ser vista como um inventário de opiniões e é ao incursionar pela crônica que a autora pôde registrar as mais variadas convicções, indagações e afetos. O trabalho direciona-se para uma análise do texto Tragédia Carioca, na finalidade de desvendar a representação de um feminino transviado, na prosa da autora, usando como referencial teórico os pressupostos de Portella (1986), Candido (1992), Woolf (1985), Beauvoir (1991) e Hollanda (1994).