Resumo O presente trabalho é parte dos estudos doutorais e tem por objetivo discutir o modo como o ensino de Língua Portuguesa é tratado em escolas de assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Para tanto, consideramos a língua como parte constitutiva da identidade e, no caso em pauta, de uma relação com a construção da militância, ou seja, o modo como a língua é organizada marca um lugar de contra hegemonia. No entanto, para pensar as questões linguísticas é preciso olhar para o espaço escolar do MST em sua formação que em nosso entendimento passa pela reflexão de um movimento organizado, capaz de ocupar e transformar a escola um aparelho ideológico, em termos althusserianos, próprio. A partir de tal perspectiva, pensamos a língua como uma materialidade simbólica e por isso condicionada às pressões sociais. Tais pressões ficam expostas ao observarmos o posicionamento na escritura de textos, nas respostas em sala de aula, elementos que utilizaremos em nossa análise para essa apresentação. Para compor nosso quadro teórico, além de Althusser (1999) acima mencionado, tomamos os escritos de Pêcheux (2009) para as questões da Análise de Discurso e assim relacionarmos os elementos de análise às Formações Ideológicas e as Formações Discursivas e Bakhtin/Volochinv (2004) para pensarmos a questão do signo ideológico.