À medida que as sociedades desenvolvem seus modos de conhecimento e apropriação do mundo, quer no âmbito natural e empírico, quer no científico ou técnico, ampliam-se as formas de designação da realidade e, consequentemente, o repertório léxico. Em vista disso, a todo falante de uma dada língua é facultado o direito de criação de unidades léxicas que venham satisfazer tais necessidades. Isso, em tese, engendra o fenômeno da renovação lexical e denota a competência lexical (ou derivacional) do falante que viabiliza todo processo criativo das/nas línguas. Ocorre que as discussões e abordagens que circunscrevem os estudos do léxico pouco têm se referido ao desenvolvimento desta competência lexical (ou derivacional) direcionada ao ensino de língua portuguesa, tampouco da sua inclusão nos componentes curriculares. Recorrendo, pois, à compreensão lexicológica do fenômeno na esfera da Morfologia Derivacional e da Estilística Morfológica, este trabalho tem por objetivo apresentar uma análise do Guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2017 do Ministério da Educação e Cultura (MEC), direcionado às séries finais do ensino fundamental da Educação Básica no Brasil, procurando demonstrar o tratamento dispensado à temática em questão, tanto pela avaliação fornecida pelo próprio guia, quanto pelas coleções selecionadas pelo programa. Os resultados demonstram a pouca visibilidade do tema no guia e nas coleções e apontam a necessidade de implementação da abordagem mais efetiva do assunto e das questões que envolvem o fenômeno da criação lexical no ensino de língua portuguesa.