Este trabalho visa discutir o fenômeno da Transitividade a partir da análise e investigação de algumas teorias que abordam o tema, mais especificamente propondo uma comparação entre as gramáticas tradicional, descritiva, gerativa e funcionalista. Com base nestas teorias, chega-se à conclusão de que este fenômeno é mais complexo do que os gramáticos tradicionais sugerem, sendo, pois, relevante analisá-lo de outras perspectivas. Para a gramática tradicional, a transitividade é uma propriedade do verbo, e não da oração, já que os verbos transitivos são aqueles que necessitam de outros elementos que lhes completem o sentido. A gramática tradicional, mesmo sendo incapaz de perder seu mérito em relação ao conteúdo (visto que ela possibilita o entendimento da forma como a língua vem sido abordada ao longo da história), apresenta alguns pontos problemáticos em sua aplicação aos dados da língua em uso. Segundo a Gramática descritiva, os verbos devem ser classificados conforme “aceitem”, “recusem” ou “aceitem livremente” seus complementos. Para os funcionalistas, este fenômeno é uma propriedade que, de maneira escalar, envolve toda a sentença. Por fim, a teoria gerativista defende que os diferentes tipos de argumentos que integram uma sentença se comportam de maneiras distintas, tanto do ponto de vista sintático quanto do ponto de vista semântico, em relação aos itens que os subcategorizam. A partir disso, este trabalho surge da necessidade de realizar um estudo que analise a multiplicidade de abordagens sobre a transitividade (e os verbos), pois há poucos trabalhos voltados para os verbos nas gramáticas, principalmente sobre os valores semânticos inerentes a eles. Assim, como resultados parciais, este trabalho propõe a análise e discussão de alguns verbos específicos da língua portuguesa.
Orientadora: Profª Drª Ana Maria Tramunt Ibaños