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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A INSTAURAÇÃO DO ALUNO COMO SUJEITO NAS AULAS DE REDAÇÃO DO ENSINO MÉDIO SOB A PERSPECTIVA ENUNCIATIVA

Autores:
Cristiane de Oliveira Eugenio (UPF - UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO)

Resumo:

A partir da concepção de texto como uma manifestação da língua, seja ela escrita ou falada, sustentada por um recorte linguístico-enunciativo da teoria benvenistiana, acreditamos em uma tríade que baliza o processo de produção de textos escritos em sala de aula, sobretudo nas aulas de Redação no Ensino Médio. Esse tripé, a partir de nossa concepção, ancora-se na premissa de existir em sala de aula um “antes-durante-depois” que antecede, acompanha e perpassa o processo de escrita. Olhamos - através do embasamento teórico oferecido pela Teoria da Enunciação de Émile Benveniste (PLGI/2005, PLGII/2006) e de estudiosos que se dedicam ao estudo da teoria – para a instância de discurso instaurada [ou não] no momento que antecede a produção escrita. Interessou-nos o modo como o aluno toma a língua e, através dela, instaura-se [ou não] como sujeito. A partir desse movimento, analisamos nesta pesquisa as condições que facilitaram ou dificultaram a instauração do aluno como o eu de seu discurso, derivando deste ato a subjetividade e a intersubjetividade no discurso de retorno. Para tanto, a fim de alcançarmos os objetivos aos quais nos propusemos, coletamos discursos in loco na sala de aula do 2.º ano do Ensino Médio de uma escola pública da região Norte do Rio Grande do Sul e os transcrevemos. Nesta investigação, identificamos marcas enunciativas que caracterizaram a instauração do aluno como sujeito de sua fala em sala de aula e o modo como o professor interage, media essa instância instaurada e/ou, por vezes, impede que o aluno tenha vez e voz, pois monopoliza o espaço simbólico de discurso no tempo e espaço da aula de Redação.