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| O livro didático de Língua Portuguesa e o machismo (in)visível no tratamento da gravidez precoce | Autores: Vânia Pereira do Nascimento Prates (UNESP - IBILCE - Universidade Estadual Paulista ) ; Fernanda Correa Silveira Galli (UFPB - Universidade Federal do Paraíba) |
Resumo: Considerando a importância apontada por documentos dos PCN de abordar temáticas relacionadas à Orientação Sexual dos/as discentes, objetivamos, nesta abordagem: (i) analisar como o discurso sobre a gravidez precoce e as relações de gênero emergiam nos PCN; (ii) observar como esse discurso (re)apareciam nos livros didáticos (LDs) de Língua Portuguesa analisados; e (iii) verificar quais formações discursivas fundamentavam o discurso do LD, no que diz respeito à maior responsabilização das garotas em relação à prevenção e à ocorrência da gravidez precoce. Perseguimos esses objetivos com vistas a comprovar nossa hipótese de que, no tratamento das temáticas apontadas, emerge, dos LDs analisados, uma formação ideológica machista no que diz respeito aos cuidados com o/a filho/a. Para fazer perceber tal formação ideológica, a partir da fundamentação teórica da Análise de Discurso de linha francesa, nosso procedimento metodológico envolve, além da descrição e análise do discurso dos documentos do PCN sobre a gravidez precoce e as relações de gênero, a apresentação da emergência, nos textos que compõem as unidades dos LDs analisados, de formações discursivas do campo da educação, da saúde e do jornalismo, as quais apontam “a vigência d[e] estereótipos, as estruturas de autoridade ainda dominadas pelo homem e as múltiplas responsabilidades adicionais [...]” atribuídas às mulheres (BIROLI e MIGUEL, 2014, p. 11). A partir da análise das condições de produção restrita ao contexto de enunciação das obras e ao contexto sócio-histórico, nossa hipótese se confirma: as formações discursivas que emergem dos textos dos LDs são atravessadas pela formação ideológica machista. Dessa forma, se é verdade que, com relação à igualdade de direitos entre os gêneros, têm havido crescentes conquistas nos últimos anos, conforme delineiam Biroli e Miguel (2014), no que se refere à igualdade de deveres, temos muito ainda que avançar.
Agência de fomento: CAPES |
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